Porto Alegre - Foz do Iguaçu (Paraná) - Parte 9

Já falei que o café da manhã do hotel em Foz do Iguaçu era muito bom? Iniciávamos sempre muito bem a nossa manhã, com tudo o que tínhamos direito para mais um dia de aventuras. Na terça-feira em que fomos para a Ciudad del Este, imaginava mesmo que seria um grande dia, pois os comentários sobre essa cidade são assustadores. Talvez porque eu estivesse preparada até demais, não achei assim uma loucura tão grande, pessoas te atucanando nas calçadas, nas ruas, lojas, lojas lojas e um mundaréu de gente não me surpreendeu.

Para completar, aquele dia choveu, mas em meio ao calor, quem éramos nós para reclamar, até porque o céu de lá você quase não vê porque sempre está dentro de uma loja. Na realidade, Ciudad del Este vai contra todos os meus princípios, pois é a loucura do capitalismo, embora se consiga produtos com preços muito mais baratos, claro, tudo made in China. Mas não posso ser hipócrita, também fiz as minhas comprinhas, mas nada de eletrônicos e essas bugigangas que não fazem muito a minha praia, compramos o que realmente precisávamos, inclusive, utensílios domésticos e vinho :)

O que saiu caro foi o almoço e a volta que ficamos atucanados porque o fiscal da alfândega entrou justamente no ônibus em que estávamos - diga-se de passagem que eles quase não entram nos ônibus, embora não houvesse motivo para isso, estávamos com meia dúzia de coisa e nada ilegal :) Mas eu já fui pro fim do dia, mesmo que não tenha muitas histórias para contar, a ida, ainda de manhã, já começou bem. Como bons turistas que andam de ônibus, foi assim que fomos e voltamos da Ciudad del Este, até porque é também o transporte mais seguro.

Perto da ponte da amizade, que de amiga não tem nada, o trânsito já estava uma loucura e demoramos muito mais do que o normal para atravessá-la (normal em outro lugar, lá a demora foi normal, creio). mas a questão é que estávamos dentro do bus, em cima da ponte e o ônibus bateu ou bateram nele, mas foi um carro e logo tudo voltou ao normal. Porém, naqueles minutos em que o ônibus ficou parado já foi suficiente para os passageiros tocarem o terror, pularam as catracas e saíram do bus nervosos, sendo que logo o transporte voltou a andar e os passageiros que tinham saído não podiam mais voltar e se meteram no meio dos veículos. Tem uma passarela para os pedestres da ponte, paralela a estrada, mas parece ser bastante insegura, com um descuido, é fácil cair no rio da Paraná.

O frustrante na Ciudad del Este é que não precisa falar em espanhol, todo mundo sabe falar o português, uma exigência, segundo uma menina que nos atendeu em uma loja e falou da importância de saber ao menos um pouco da nossa língua para ter o emprego. O interessante é que por causa da nossa mania (que eu acho ótima) de falar a língua deles, essa atendente jurou que éramos argentinos, mostrando que nossos constantes estudos com o espanhol estão dando resultado. De qualquer forma, no Paraguai tivemos um pouco mais de dificuldade de nos comunicar porque a língua do povo é menos parecida com a Argentina e Uruguai, creio que se assemelhe mais aos povos do norte do país, como os bolivianos e talvez os chilenos (?).

Enfim, o fim do dia trouxe um grande alívio, mais uma etapa vencida. No dia seguinte voltaríamos para a binacional Itaipu e conheceríamos o planetário, se não estivesse chovendo nem nublado, poderíamos observar o céu, o sol, de dia, nunca fizemos isso, mas era provável que não seria dessa vez, o tempo continuava fechado.


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