Porto Alegre - Manaus parte 4 (final)
Acredito que praticamente tudo o que gostaria de compartilhar sobre essa viagem à Manaus foi compartilhado, faltando apenas a tristeza em alguns aspectos, como o fato da capital do Amazonas ter pouquíssimas árvores na sua região central, o que certamente amenizaria um pouco o calor; a discrepância social claramente vista ao se comparar o abandono da região central em alguns aspectos, como limpeza, organização, etc, e os bairros claramente ocupados pela elite, que crescem com suas megas construções burguesas e sendo habitada por pessoas que vem de fora, oferecendo sua mão de obra mais qualificada, possivelmente.
Claro que não é um caso atípico, todo o Brasil é feito dessas mesmas diferenças sociais, mais ou menos, porém, perceber que Manaus é mais um desses exemplos é triste. Além disso, para finalizar, duas histórias tristes, uma antiga e uma nova. A antiga remete aos primórdios do século passado, e que conhecemos ao visitar o Museu do Seringal, no qual para chegar é necessária uma pequena viagem até o bairro (eletizado) onde fica a praia da Ponta Negra (diga-se de passagem que não pudemos conhecê-la muito bem porque a sua orla estava em reformas, assim como tantos outros pontos de Manaus, e que dizem ser pouco frequentada devido a sua cor negra). De lá, caminha-se alguns poucos metros para chegar em uma marina, da onde pegamos um barco, que serve de transporte coletivo aos moradores da região.
Mais um passeio belíssimo, onde podemos mais uma vez adentrar levemente na selva, e ver as comunidades que vivem quase remotamente. Ao chegar no Museu do Seringal começa uma viagem ao passado, já que o local faz um resgate de uma história ocorrida em uma cidade próxima, porém, como ela virou tema de filme, ali foi o local escolhido para as filmagens e para tanto construíram uma casa e tudo o mais que precisavam para as filmagens. Esse pedacinho do rio Negro foi escolhido porque se assemelha muito ao local original, onde um dos empresários do ciclo da borracha contratava homens, vindo da Bahia, para extrair e produzir a borracha.
Além de viverem em condições quase semelhantes à escravidão, depois de anos de trabalho no local, em média quinze anos, quando desejavam retornar para as suas famílias e, por isso, chegava a hora de pedir ao patrão para acertarem as contas, e o patrão pagava o que devia, ou melhor, menos do que realmente deveria pagar, e o trabalhador pegava um barco rumo ao caminho de casa, era aguardado pelos capangas do patrão que o matavam e pegavam o dinheiro de volta. Isso se repetiu centenas de vezes, não se sabe quantos trabalhadores passaram por isso, pode até ter sido mais de 300, durante mais de 20 anos que o patrão prosperou e acumulou muita riqueza.
Segundo a história que virou livro e depois filme, foi quando o filho de um amigo do patrão foi convidado a trabalhar na administração da propriedade que a história teve uma reviravolta, porque ele, ao contrário do que imaginava, foi obrigado a trabalhar na produção de borracha também. Algum tempo depois, porém, foi chamado a trabalhar na casa, porque o contador do patrão ficou impossibilitado. De qualquer forma, a questão é que ele se apaixonou por uma das mulheres de um outro sujeito que trabalhava ali, próximo ao patrão, e sendo correspondido tentaram fugir dali e parece que com tudo isso a história veio à tona.
Enfim, mais uma triste, entre tantas outras histórias do nosso país, assim como revoltante e enfim... vocês já entenderam. A outra história triste é pessoal e não vai emocionar ninguém como a anterior, pois se refere apenas ao fato de nosso avião de volta ter atrasado mais de 24 horas, resultando em duas noites mal ou não dormidas em aeroportos, graças à TAM :)
FIM. Mas apenas dessa viagem, em breve, mais relatos de outras aventuras...
Claro que não é um caso atípico, todo o Brasil é feito dessas mesmas diferenças sociais, mais ou menos, porém, perceber que Manaus é mais um desses exemplos é triste. Além disso, para finalizar, duas histórias tristes, uma antiga e uma nova. A antiga remete aos primórdios do século passado, e que conhecemos ao visitar o Museu do Seringal, no qual para chegar é necessária uma pequena viagem até o bairro (eletizado) onde fica a praia da Ponta Negra (diga-se de passagem que não pudemos conhecê-la muito bem porque a sua orla estava em reformas, assim como tantos outros pontos de Manaus, e que dizem ser pouco frequentada devido a sua cor negra). De lá, caminha-se alguns poucos metros para chegar em uma marina, da onde pegamos um barco, que serve de transporte coletivo aos moradores da região.




FIM. Mas apenas dessa viagem, em breve, mais relatos de outras aventuras...