Mauá (São Paulo) - Montevidéu (Uruguai)
Montevidéu é o destino de muitos
brasileiros, devido à proximidade e ao povo acolhedor. A Juliana Fernandes
Gomes e o Kleber Rocha, de Mauá, São Paulo, também foram para a capital uruguaia em 2011, agora, contam
como foi a sua aventura e dão algumas dicas preciosas para quem deseja conhecer
o país vizinho:
Charmosa e Acolhedora Montevidéu
Imagine uma viagem internacional
para um local tranquilo, com ruas arborizadas, belas paisagens, cafés à moda
europeia e o que é melhor, tudo por um preço acessível, sem precisar nem de
visto para entrar. Esse local existe, está mais próximo do que se pode
imaginar. É Montevidéu, capital do Uruguai, onde decidimos passar parte de
nossa lua de mel.
Para o momento, nada mais
romântico que trocar o ar pelo mar, ou melhor, rio, mais especificamente o Rio
de la Plata, às margens do qual a cidade está localizada. A empresa argentina
Buquebus, a mais conhecida na região, opera viagens entre Montevidéu e Buenos
Aires, passando também por Colônia del Sacramento, outra charmosa cidade, de
arquitetura portuguesa, que deixamos para conhecer em uma oportunidade futura.
Montevidéu, a maior cidade do
Uruguai, foi fundada em 1724 e chegou a pertencer ao Brasil na época do Primeiro
Império. É a capital desde 1828, quando o país tornou-se independente e abriga
também a sede administrativa da Mercosul. Essa proximidade com o Brasil talvez
explique a simpatia do povo local bastante acolhedor. A distância geográfica
com o nosso país – são menos de 800 km do Rio Grande do Sul – também explica o
motivo de termos cruzado com vários gaúchos ao longo dos dois dias e meio na
cidade.
A cordialidade se estende também
aos serviços. Nos sentimos muito bem acolhidos nos restaurantes da cidade, mas
prepare-se para a cobrança da famosa gorjeta do garçom. Ela não vem inclusa na
conta nem é fixada em 10%. Pode-se deixar quanto quiser. O difícil é não deixar
nada: nenhum garçom perde a chance de lembrar o cliente tão logo lhe entregue a
conta.
Mercado del Puerto
Nas refeições realizadas na
cidade, marcante foi almoçar no centenário Mercado del Puerto, instalado em um
belo prédio com ar de estação ferroviária antiga. Por lá, provamos um belo
corte uruguaio, que não deveu em nada ao argentino. Para acompanhar, a clássica
bebida que é patrimônio local, o medio y medio, uma mistura de vinho branco e espumante.
Hospedagem e História
Para se hospedar, nossa escolha
foi hotel Days Inn, confortável e bem localizado. Se você vai viajar de lua de
mel, vale a pena mencionar na reserva. Você pode ser presenteado com uma
garrafa de espumante local como nós fomos. Próximo ao centro, o hotel fica a
poucos passos do shopping Tres Cruces. Nossa opção para jantar na primeira
noite na cidade, o centro comercial possui uma boa praça de alimentação e até
casa de câmbio.
Nos passeios, que ocuparam toda a
nossa sexta, 18 de março de 2011, observamos nos monumentos, assim como
aconteceu em Buenos Aires, o orgulho dos Uruguaios pela sua independência nas
várias homenagens aos heróis que lutaram por essa conquista. A Plaza da
Independencia, por exemplo, abriga o primeiro portal da cidade na época de sua
fundação. Ao centro, a estátua de José Gervasio Artigas, um general que
defendeu a então Província Cisplatina entre os séculos XVIII e XIX nos vários
conflitos que assolou a região entre 1797 e 1820. Abaixo do monumento, uma
escada leva a um mausoléu que abriga os restos mortais de Artigas em uma urna
constantemente vigiada por guardas. Curiosamente, Artigas não morreu na região
que nasceu, mas no Paraguai, onde se exilou desde 1820. Na praça, é possível
fotografar com os oficiais entre uma troca e outra da guarda.
Ao redor, outros imponentes
prédios. Entre eles, a Torre Executiva, atual sede do Poder Executivo,
inaugurada em 1963; o Palácio Estevez, antiga sede do Poder Executivo, e o
Teatro Solis, de 1856. A visita ao teatro é imperdível e conta com guias em
inglês, espanhol e até em português. Quem nos guiou, por exemplo, foi uma
estudante brasileira, gaúcha de cidade fronteira com o Uruguai. A visita inclui
os salões nobres, camarins, o salão principal (incluindo o palco) e um pequeno
museu contendo vários figurinos.
Mas, voltando aos heróis, Artigas
não é o único homenageado. Ao longo das avenidas, igrejas e praças muitos
outros possuem alguma estátua ou monumento. Um exemplo é a Igreja Matriz, na
pracinha de Ituzaingó, dedicada a Nossa Senhora da Conceição e aos Santos
Apóstolos Felipe e Tiago, mas que também homenageia generais e mártires e até
mesmo os parlamentares responsáveis pela primeira constituição uruguaia, os
quais ganharam um Obelisco em sua homenagem. Inaugurado em 1830, fica na
intersecção entre a Avenida 18 de Julho e a Bulevar Artigas.
Já na esquina entre as Avenidas
Las Leyes e Libertador encontra-se o Palácio Legislativo, com arquitetura que
lembra um pouco o Museu Paulista no Ipiranga. É a sede da Câmara dos Deputados
e Senadores. Próximo ao prédio, contudo, chama mais atenção a Torre de
Telecomunicações, que lembra o Hotel Burj Al Arab Hotel de Dubai, nos Emirados
Árabes Unidos.
Convite à caminhada
Plana, a cidade convida a longas
caminhadas, principalmente pela avenida principal, a 18 de Julho, que corta boa
parte da capital. Por ela é possível chegar até o Parque Batlle, onde nas proximidades
está o Maracanã deles, o Estádio Centenário, inaugurado em 1930 para abrigar a
primeira Copa do Mundo. É palco de muitas alegrias aos uruguaios, povo também
muito apaixonado por futebol. Foi lá, que a seleção do país se sagrou a
primeira campeã do mundo nessa Copa inaugural com uma goleada de 4 a 2 sobre a
Argentina na final. Ao longo da sua história, também sediou mais quatro finais
de Copa América, todas vencidas pelos uruguaios. Com capacidade de
aproximadamente 60 mil torcedores, possui um museu do futebol.
À frente do estádio, ainda no
Parque Batlle, encontra-se o Monumento La Carreta, uma escultura de José
Belloni inaugurada em 14 de outubro de 1934 que lembra o principal meio de
transporte de carga, o carro de boi, que era utilizado pelos homens do campo.
Da escultura, se tem uma boa visão do estádio.