Porto Alegre - Rio de Janeiro

Mais um relato e dicas de viagem sobre o Rio de Janeiro, mas desta vez, a visão é de um gaúcho, Allan Machado Trois, que passou alguns dias na capital carioca em meados de 2013. Seu humor ácido torna a cidade maravilhosa ainda mais interessante!

Dae, gurizada sexy! Meu nome é Allan e, a convite da Paula, venho a vós relatar minha breve viagem ao Rio de Janeiro, compartilhando impressões e dando dicas sobre a “Cidade Maravilhosa”. Digo de antemão que se usted tem vontade ou curiosidade, por mínima que seja, de conhecer o Rio, vá, pois vale muito a pena. Sem mais delongas, vamos ao que interessa!

O Rio é uma cidade de contrastes marcantes, onde a desigualdade se mostra sem nenhum pudor e os condomínios de luxo da Zona Sul formam uma peculiar visão vertical com o morro e a favela, dividindo a bela visão da orla de Copacabana, Ipanema e Leblon. Aliás, primeira dica: procurem se informar quais praias estão próprias para banho! Tá certo que quem vai à Cidreira, vai a qualquer lugar, mas vá lá... Enquanto estive no Rio, Ipanema e Copacabana, embora lotadas, estavam impróprias para banho. Essa questão do contraste entre a parte que se vende do Rio e aquela varrida para debaixo do tapete já se apresenta instantaneamente para aqueles que chegam à cidade pelo aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador.

A Ilha do Governador é longe de tudo! Fica a três ou quatro paradas depois de onde Judas perdeu as botas. Como, usualmente, os turistas saem do aeroporto em direção ao Centro ou a Zona Sul, o trajeto segue por caminhos nem tão formosos, como a Avenida Brasil, célebre por, de vez em quando, ter suas faixas invadidas por uma maratona de cracudos fugindo da Lei e da Saúde Pública, e também pela Linha Vermelha, Linha Amarela e quaisquer linhas de cores afins, mas que tampouco atraem o olhar.

É muito importante pesquisar o lugar onde será sua estadia! Se não em casa de amigos ou parentes, recomendo fortemente a Zona Sul como lugar para se procurar um hostel. É a parte nobre do Rio e, além de ser muito bonita e oferecer ótimas opções de entretenimento, facilita deveras a mobilidade dentro da cidade, com várias linhas de ônibus e metrô. Oferece também maior segurança em comparação com o Centro e já deixa perto de diversos cartões-postais. Flamengo, Botafogo, Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon são boas pedidas! É difícil “morar” em Botafogo por um tempo para depois voltar aos banhados do Humaitá, em Porto Alegre, isso eu lhes garanto!

Quanto ao transporte, evite táxis, se puder! Mesmo saindo do aeroporto, seja o Galeão ou Santos Dumont, vale muito mais a pena pegar um “Frescão”, ônibus especial que atravessa a cidade através de várias linhas com itinerários diversos, do que pegar um táxi onde o motorista tenta combinar um preço ixxxperrrto para a corrida sem taxímetro, o que é obviamente cilada e, caso contrário, tenta lhe mostrar os caminhos mais longos e tramposos que a cidade tem a oferecer.

Aproveite-se da farta oferta de transporte que o Rio oferece, com metrô, trem (saindo da Central do Brasil, com algo em torno de seis linhas, se me recordo, e faz os caminhos da Zona Norte e de cidades adjacentes como Nova Iguaçu e Belford Roxo), ônibus (com longos itinerários e, o mais importante, horários que atravessam a madrugada), e as vans (opção interessante e bem carioca! Se estiver lotada, segura no puta merda).

O Rio de Janeiro, como toda grande metrópole, tem de tudo e tem para todos. É quase impossível passar por um dia em que não exista nada de interessante para fazer, portanto, lembre-se: insônia é o lema! Dormir pode esperar por Porto Alegre, ou seja, lá qual for a sua cidade. Quer praia? Na Zona Sul, em uma caminhada de uma hora pelo calçadão, conhece-se a praia do Leme, Copacabana, o Arpoador, Ipanema, e o Leblon, sem contar aquela famosa estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade com a qual todos tiram fotos e queimam a bunda no banco de bronze que apoia a réplica do veio. Seguindo a caminhada, o vivente ainda encontra a praia de São Conrado e a Pedra da Gávea.

Outra praia bonita, mas bem acanhada, fica localizada na Urca: a Praia Vermelha, MUITO pequena, simpática e com uma bela vista! Recomendo, se houver a oportunidade de ir para aqueles lados, passar por ela, mas apenas se tiver planejado outras atividades pelo entorno, senão acaba sendo um passeio meio vazio e, consequentemente, frustrante. As praias do Flamengo e Botafogo são “felomenais”, apesar de estarem impróprias para banho. Valem a visita e bem ao longe, pode-se contemplar o Cristo Redentor, abençoando a cidade! Dizem que as praias da Zona Oeste são ótimas e possuem menos frequentadores disputando a areia. Não as conheci, então estas ficam a cargo de ustedes. Última coisa sobre as praias: acostumem-se com as pombas!

Agora, você, pessoa esclarecida e iluminada, procura por cultura? Allright! O Centro é uma boa parte a ser explorada! Com muita disposição, se visita a Biblioteca do Gabinete Real Português, a Biblioteca Nacional, o Arquivo Nacional, o Museu Nacional de Belas-Artes, o Theatro Municipal (sempre fechado), o Centro Cultural Banco do Brasil, a Igreja da Candelária, o Paço Municipal, a Fundação Casa França-Brasil, o Centro Cultural da Caixa Rio, o Cine Odeon, a Confeitaria Colombo, entre outros lugares que eu não me lembro de cabeça ou que não deu tempo de visitar.

Um pouco mais longe do Centro, recomendo visitar a Feira de São Cristóvão (adivinhem onde!), o Parque Lage, o Jardim Botânico, o Parque da Quinta da Boa Vista (perto do estádio do Maracanã e daquela aldeia indígena improvisada que tanta polêmica deu), onde morou Dom Pedro II. Aliás, a estátua de Dom Pedro II postada no Parque da Quinta da Boa Vista tá meio cover do Charles Darwin, mas isso não vem ao caso. Muita coisa vai se revelando à medida que se percorre a cidade então vão com tempo de sobra, disposição e preparem seus itinerários de acordo com interesses específicos, pois fatalmente a vossa estadia não será longa o suficiente para conhecer tudo que o Rio tem a oferecer.

Quanto à noite carioca, não há o que reclamar. A cidade não dorme e para onde quer que se vá, há movimento e bares abertos, mas se querem ir para algum lugar que não vai ter erro, que é sucesso total, lhes digo condenso tudo em uma só palavra: Lapa! YEEEAAAAHHH!
Uma questão que sempre surge é a segurança e já ouvi relatos dos mais diversos, positivos e negativos, quanto a isso então o que posso fazer é contribuir com a minha impressão sobre esse ponto.

Em dezoito dias, andando sozinho ou acompanhado, entre os horários de 06h30min e 02h30min, no Centro, Zona Sul, Zona Norte e Região Metropolitana do Rio, em nenhum momento, me senti mais ameaçado do que andando em Porto Alegre! Pelo contrário até, já que o Rio é muito melhor iluminado à noite, o policiamento se faz mais presente e as ruas são muito mais movimentadas. Claro, não digo que não há riscos, mas, com certeza, a cidade é mais segura do que a mídia faz parecer. Ande com as mesmas precauções que você o faria em qualquer grande cidade brasileira.

O povo carioca é extremamente simpático, aberto e solícito, o que facilita exponencialmente a interação e ajuda a solucionar o monte de dúvidas dos marinheiros de primeira viagem na cidade. Ah sim, prepare o ouvido para muitos palavrões! “Porra” é quase bom dia! Pode parecer ofensivo, mas é extremamente divertido, e o carioca, como pessoa relaxada que é, os usa mais como interjeição, tipo o “bah”, do que como qualquer outra coisa. Para não dizer que tudo é perfeito e vivemos no mundo de Poliana, o carioca joga muito lixo no chão, medida contraproducente em uma cidade com vocação turística.

Recomendações finais? Visitem o teleférico do Alemão (custa R$1), não visitem o lado esquerdo de Niterói, obra d’O Canhoto, tomem Guaravita/Guaraviton e comam a pipoca com bacon que eu não provei porque sou um imbecil!

Para finalizar, quero deixar registrado o meu agradecimento a Keila Sant’Anna, cariúcha que serviu de guia e facilitadora em terras fluminenses!

Viejos e viejas, vão ao Rio de Janeiro! E me convidem!

Beijo no “celebro” de todos!

complexo do alemão
Complexo do Alemão
escadaria selaron
Escadaria Selaron
lagoa rodrigo de freitas Lagoa Rodrigo de Freitas

arpoador

Arpoador
teatro municipal
Theatro Municipal
arcos da lapa
Arcos da Lapa
busto do bukowskiBusto do Bukowski, em Botafogo
pedra da gavea  Pedra da Gávea







parque da lage



Parque Lage, com o Cristo ao fundo
estatua gandhi


Estátua do Gandhi, na Cinelândia











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